10 - Paracatu (MG)
Em Paracatu, vivem 93.158 habitantes que se distribuem no território municipal com uma baixa densidade, ou seja, de apenas 10,29 hab./km² (IBGE 2019). Distando 503 km de Belo Horizonte, a cidade fica em pleno bioma do cerrado e conta com um PIB per capta de R$ 35 mil. 

O município conta com 9 barragens cadastradas na lista da FEAM (2007) ou 10 barragens no banco de dados da ANM/DNPM (2017) e no presente estudo (Tab.15). Todas essas estruturas são consideradas como sendo de pequeno porte, segundo o volume declarado no banco de dados da FEAM. O volume total de rejeitos acumulados por todas essas estruturas é de 65.200 m³ (FEAM, 2007). 

O Paracatu foi escolhido como um caso de estudo pelo elevado grau de toxidez dos rejeitos de suas barragens. A mina Morro do Ouro é a maior mina de ouro a céu aberto no mundo e a maior em produção de ouro no Brasil. Apesar dos volumes de rejeitos dessa e outras barragens de Paracatu terem sido declarados como muito baixo no site da FEAM, sabe-se que essas barragens de rejeito de Paracatu são gigantes não apenas pelo volume de material estocado, mas também por serem os maiores depósitos de arsênio do Brasil. A cada ano, a mineradora movimenta 61 milhões de toneladas de minério, e libera para o meio ambiente mais de 67.000 toneladas de arsênio, em sua forma tóxica. O arsênio preso nas rochas ele é inofensivo, mas quando está nos efluentes do beneficiamento estocados na barragem ele é um veneno. As barragens de rejeito da mina M.

As principais barragens de Paracatu (em vermelho), bem como os seus posicionamentos dentro da rede hidrográfica e em relação à área urbanizada (em negro) estão ilustradas na figura. Em caso de rompimento de uma de suas barragens, a malha urbana de Paracatu não seria atingida pela onda de rejeitos.