Barão de Cocais conta com uma população de 32.485 habitantes que se distribuem no território municipal com uma densidade elevada, ou seja, 83,51 hab./km². A cidade fica a 94,5 km de Belo Horizonte, e seus habitantes têm hoje um PIB per capta de apenas R$ 20 mil (IBGE 2019).
Segundo o banco de dados da ANM/DNPM, Barão de Cocais conta com 10 represas associadas à mineração. Já a última lista da FEAM dá conta que existem no município 11 represas recebendo rejeitos de mineração. O presente estudo identificou 10 barragens (Tab. 16). Essas barragens são de médio porte com volumes variando entre 8,4 e 11,6 milhões de m³, se observarmos os dados da Fundação Estadual do Meio Ambiente de MG (FEAM, 2007).
O município foi escolhido como caso de estudo tendo em vista os alarmes recentes que foram expedidos pela própria Vale ou pelas autoridades competentes. O caso da Barragem Sul Superior da Mina de Gongo Soco é emblemático. Em 19 maio de 2019, foi dado um alarme pela própria Vale de que o talude norte da cava da mina poderia se romper a qualquer momento. O tremor gerado por esse rompimento poderia liquefazer a Barragem Sul Superior que está 1,5 km abaixo. Essa ameaça obrigou cerca de 500 pessoas a abandonarem – de modo permanente – de suas casas já que elas estavam localizadas na zona de autosalvamento. Outras 6.000 pessoas, que moravam em até 16 km da barragem, tiveram que ser treinadas e eventualmente removidas temporariamente por estarem na zona secundária de salvamento (ZSS).
As principais barragens de Itabirito, bem como os seus posicionamentos dentro da rede hidrográfica e em relação à área urbanizada estão ilustradas na Fig. 20. Os possíveis fluxos da onda de lama, em caso de rompimento dessas barragens estão apontados na Fig. 21.
O caso de Barão de Cocais é um dos mais críticos em caso de rompimento de suas barragens. Das 10 barragens identificadas nesse estudo, nove delas lançariam seus rejeitos na malha urbana da cidade, em caso de rompimento.
As principais barragens de Itabirito (em vermelho), bem como os seus posicionamentos dentro da rede hidrográfica e em relação à área urbanizada (em negro) estão ilustradas na figura. O caso de Barão de Cocais é um dos mais críticos em caso de rompimento de suas barragens. Das 10 barragens identificadas nesse estudo, nove delas lançariam seus rejeitos na malha urbana da cidade, em caso de rompimento.