8 - Mariana (MG)
Em Mariana, o portal IBGE Cidades estima o tamanho da população local em 60.724 hab. A densidade populacional nesse município é de 45,40 hab./km². Distando por rodovia 146 km de Belo Horizonte, a primeira capital mineira tem hoje um PIB per capta de R$ 36 mil. 
 O município conta com 13 represas segundo o banco de dados do ANM/DNPM e 18 estruturas cadastradas na lista da FEAM. No presente estudo, apenas 14 represas foram identificadas (tabela).

O banco de dados da fundação mineira (FEAM) afirma que todas essas estruturas tiveram seus volumes estimados dentro da categoria pequeno porte, já que os volumes declarados para todas elas não atingem sequer 0,2 milhão de m³.  

Em Mariana ocorreu um dos mais graves desastres envolvendo barragens de mineração em todo o mundo (Pinto-Coelho, 2017). Na tarde do dia 05 de novembro de 2015, a barragem de Fundão, pertencente ao complexo minerário de Germano, de propriedade da Samarco Mineradora, localizada no subdistrito de Bento Rodrigues, município de Mariana/MG, se rompeu de modo repentino.  

A barragem de Fundão era uma barragem de grande porte já que tinha uma altura de 100 metros, um comprimento de 761 metros e um volume de 41 milhões de m³ de rejeitos de mineração. Desse total, 34 milhões de m³, após galgarem uma segunda barragem a jusante, a barragem de Santarém, foram lançados na bacia hidrográfica do rio Doce. Cerca de 16 milhões restantes ainda permanecem armazenados nessa segunda barragem, que foi parcialmente danificada, mas continua ainda de pé. Esse material continua sendo carreado, aos poucos, a jusante, em direção ao mar, por meio dos tributários e do rio Doce. 

Essa tragédia causou a morte de 19 pessoas entre funcionários da Samarco, terceirizados e ribeirinhos. O rompimento da barragem praticamente destruiu o distrito de Bento Rodrigues e causou danos substanciais nas localidades de Paracatu de Baixo e Gesteira. Após percorrer quase 100 km no Rib. Do Carmo, a pluma de sedimentos atingiu o rio Doce e contaminou cerca de 600 km desse rio. Cerca de um mês após a ruptura da barragem, onda de lama atingiu a sua foz, em Regência (ES) e chegou a comprometer diversas praias, mangues e arrecifes coralinos e outros biótopos em dezenas de quilômetros do litoral do sudeste.  Após o desastre de Fundão, Mariana continua enfrentando graves problemas com outras barragens associadas à mineração. Agência Nacional de Mineração suspendeu a DCE da Barragem Campo Grande na Mina de Alegria em abril de 2019. 

As principais barragens de Mariana (em vermelho), bem como os seus posicionamentos dentro da rede hidrográfica e em relação à área urbanizada (em negro) estão ilustradas na figura. Em caso de ruptura, apenas os rejeitos do Dique de Pedra atingiriam Mariana.