GRUPO 3 - Lagos em Áreas Protegidas
O homem e as águas das restngas capixabas
Grupo 3 - Lagos em áreas protegidas
O Instituto Estadual do Meio Ambiente - IEMA relata a existência de nove unidades de conservação estaduais "sensu strictu" (parques, reservas, monumentos naturais, etc.) e mais oito unidades de conservação de uso sustentável (APAs, RDS e ARIEs). Além disso, são citadas 57 RPPNs que ficam sob a tutela de pessoas físicas ou jurídicas. O somatório das áreas de todas essas unidades não chega a 60.000 hectares, o que é extremamente baixo para o estado do Espírito Santo.  O montante das áreas protegidas irá subir um pouco mais se considerarmos as reservas federais ou municipais. Entretanto, é evidente que os esforços de conservação no estado ainda são incipientes (Tabela).  

Apesar da situação de carência de unidades de conservação no ES, algumas das lagoas, áreas úmidas e cursos de água das restingas do trecho estudado estão sob proteção legal, já que se encontram dentro de áreas protegidas sejam elas unidades de conservação tais como parques (municipais ou estaduais), estações ecológicas, etc.), áreas de proteção (APAs), reservas legais, etc. Se por um lado, esse fato reflete um esforço de várias administrações em preservar as restingas e por outro, falta ainda muito para impedir o avanço descontrolado da urbanização e da expansão das atividades argopastoris e de silvicultura nesse frágil ecossistema. As alterações nas águas nas unidades de conservação que protegem as águas das restingas capixabas, sugere, no entanto, que seus planos de manejo inexistem ou estão completamente desatualizados ou simplesmente não existem.

Impedir ou limitar a entrada de visitantes regulares muitas vezes prejudica ou mesmo impede a correta preservação do ecossistema. Desse modo, sugerimos que as unidades de conservação existentes nas restingas capixabas façam uma revisão urgente de seus planos de manejo no sentido de viabilizar mais segurança para os visitante, mais atividades de lazer, mais ações de educação ambiental e outras ações que possam, ao final, contribuir para uma melhor proteção e fiscalização nesses ambientes.     

Caso de Estudo (1) 
 
As lagoas representadas abaixo estão em um remanescente de restinga situado próximo à localidade "Morada do Sol" no município de Vila Velha. Essa área localiza-se a leste da rodovia do Sol ES-060. Segundo Valadares et cols. (2011) que estudaram o ambiente, trata-se de um remanescente de restinga com área total de 123,55 ha. As águas dessa área (três pequenos lagos, rodeados por brejos) que totalizam 26,52 ha, sem conexão com o mar. As águas dessas lagoas apresentam coloração amarronzada, devido à presença de substâncias húmicas, muito comuns nas águas das restingas. A profundidade máxima atinge 1,5 m nos meses mais chuvosos entre dezembro e janeiro. No período seco, essas lagoas podem secar completamente.

Caso de Estudo (2)

A pequena lagoa mapeada e que está representada abiaxo está dentro de uma área de proteção ambiental situada, entre as localidades de "Balneário Nova Ponta da Fruta" (orla marítimia) e "Balneário Ponta da Fruta" (bairro popular). Ambas as localidades pertencem ao município de Vila Velha.   ao lado do balneário ". A pequena lagoa, apesar de estar situada dentro da reserva, apresenta claros sinais de hipertrofia.  
Uma ação importante para a conservação das águas das restingas do ES 

O Parque Estadual Paulo Cesar Vinha, no município de Guarapari é um dos últimos remanescentes de restinga em bom estado de conservação do Espírito Santo.  A unidade possui área de 1.500 hectares. Nas décadas de 1970 e 1980, a área sofreu pressão por esculação imobiliária. Outros impactos importantes eram a retirada de areia, caça e queimadas criminosas.

Em 5 de junho de 1990, após anos de lutas intensas dos ambientalistas capixabas, o Governo  Estadual criou do Parque Estadual de Setiba, em 1990, por meio do Decreto Estadual Nº 2.993-N. 

Em 1994, a unidade recebe o nome de “Parque Estadual Paulo Cesar Vinha”, em homenagem ao biólogo que desenvolveu im
portantes pesquisas e lutou contra a extração de areia na região.

Casos de Estudo (3 e 4)

As duas lagoas representadas abaixo estão situadas no Parque Estadual Paulo Cesar Vinha, às margens da rodovia ES 060 - Rodovia do Sol, entre os municípios de Guarapari e Vila Velha. O parque possui uma área aproximada de 1.500 ha. A reserva possui uma grande diversidade de ambientes em sua área como lagoas, dunas e planícies alagadas e inúmeras formações vegetais como a Mata Seca, a Floresta Permanentemente Inundada, Brejo Herbáceo, formações abertas e a vegetação pós-praia. Segundo o IEMA, o Parque abriga importantes espécies da flora e fauna, algumas ameaçadas de extinção como a pimenteira rosa e o ouriço preto.

A Lagoa de Caraís é sua principal atração. O Parque é circundado pela Área de Proteção Ambiental (APA) de Setiba, que funciona como sua zona de amortecimento e visa conservar a região marinha do arquipélago das Três Ilhas. A primeira lagoa abaixo, como muitas lagoas localizadas nas restingas capixabas, apresenta grande presença de macrófitas (vegetação aquática), mas a coloração escura de suas águas indica que a lagoa ainda não sofre impactos ambientais graves.

A segunda lagoa abaixo é a mais importante dentro da reserva, a Lagoa de Carais, uma das mais belas lagoas localizadas em restingas brasileiras.  As fotos abaixo, são do PE Paulo Vinha.