RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS NO CÓRREGO ISIDORO,  BELO HORIZONTE
BREJOS E FLORESTAS
As seguintes tipologias são nativas na área de estudo: floresta estacional semidecidual, cerrado, matas ciliares e as áreas brejosas. No entanto, todas as tipologias da vegetação se encontram alteradas em relação à sua condição original, apresentando diferentes estágios de regeneração ou de degradação. A floresta estacional sofre influência do cerrado nas regiões dos interflúvios. Essa influência pode ser constatada na composição florística, uma vez que espécies comuns do cerrado são encontradas junto àquelas típicas da floresta. 

Os brejos e as matas ciliares ocupam (ou ocupavam) uma área significativa na área de estudos. As duas formações são os biótopos aquáticos mais importantes das florestas tropicais. Os brejos constituem-se em um tipo especial de ecossistema de águas rasas e semi-paradas com forte presença de vegetação de diversos tipos e tamanhos. As principais formas de plantas que ocorrem nos brejos são catalogadas como sendo macrófitas, ou seja, plantas aquáticas, que podem ser fixas no fundo, flutuantes livres ou mesmo submersas. Os brejos ocorrem em solos impermeáveis, onde há pouca inclinação do terreno. Do levantamento feito pela PBH (PBH, 2010), é notória ainda a importânicia das das matas ciliares, as quais têm o porte mais expressivo entre todas as tipologias presentes. 

A partir dos mapas elaborados pela PBH (2010), verifica-se que a maior parte da vegetação arbórea remanescente encontra-se em regeneração (em diferentes estágios sucessionais) iniciado a partir do abandono de extensas áreas de pastagem que originalmente predominavam na região. Há sinais de extração seletiva, particularmente de madeira.

O quadro atual mostra os reflexos da mudança nos padrões de uso da terra no local dos estudos.  O uso predominante agrícola cedeu espaço a uma urbanização não planejada, caracterizada pelo rápido aumento das ocupações e vilas.  Por um lado, o abandono de práticas agrícolas permitiu uma evolução da vegetação às condições mais próximas da original (clímax). Por outro lado, a ocupação urbana desorganizada, predatória do entorno surtiu um efeito contrário, interferindo ou mesmo impedindo o processo de regeneração natural (sucessão ecológica).  

PBH, 2010
Recuperação das matas ciliares e das nascentes da ocupação Vitória
 
A Ocupação Vitoria está situada ao longo da nascente do Córrego de Macacos, com aproximadamente 1.700 metros de extensão. Esta área é constituída por área brejosa que recebe um grande número de outras nascentes. A área de trabalho selecionada constitui-se em um trecho de 150 metros de extensão, ao longo da mata ciliar que possui cerca de 20 metros de largura, contemplando ainda duas nascentes (Figura 3 A e B) perfazendo total de 0,6 ha que priorizamos neste primeiro ano de ações de recuperação.

 
A vegetação a ser recuperada é composta de uma mata ciliar e de uma área brejosa com nascentes difusas que se encontra invadida por braquiária e a zona de interface dos ecossistemas aquáticos e terrestres está desprovida de vegetação. Nesse projeto iremos implantar uma floresta riparia usando sistema de zoneamento com várias espécies arbóreas e uma agrofloresta. O projeto contempla ações para a redução da pressão invasora de braquiária que será feita através da substituição da invasora por espécies nativas de brejo (3- 5 m adentrando o córrego). Na zona três (3), serão preparados sistemas de proteção contra erosão com enrocamento. Esta área recebe esgoto de várias residências.

O projeto prevê ainda a implantação de fossas ecológicas. A fertilidade, estabilidade do solo, volume de sedimentos aportados, água do solo (água gravitacional e potencial matricial), volume e qualidade de água superficial serão estimados no início dos trabalhos e após 11 meses das intervenções. 

Ocupações na área do Isidoro/Granja Werneck

Ocupação Rosa Leão: área de 50 hectares foi ocupada por 4.000 familias, situada ao lado do bairro Jaqueline e do conjunto Zilah Sposito (Belo Horizonte). Data da ocupação: no dia 18/07/2013.
 
Ocupações Esperança/Vitória: área de 350 hectares ocupada por 14.000 famílias, situada perto da divisa com a cidade de Santa Luzia (Bairros Londrina e Baronesa). Data da ocupação:  04/08/2013